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"A maturidade permite-me olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranqüilidade, querer com mais doçura." (Lya Luft)
Estará sempre no meu coração e achei que uma música vale mais que mil palavras.
Um dia estaremos juntas.
Vi a parte da fentre toda esventrada e o meu pobre coração ficou pequenino.
Geralmente cuido bem do meu veículo, não é muito velho, faço as inspeções, mudo o óleo e os pneus quando necessário, mando alinhar a direcção, enfim, sou cuidadosa, já que o dinheiro não abunda e não quero comprar um novo.
Isto tudo para dizer, que sem eu esperar, acende-se uma luz vermelha que nunca tinha visto, fui a um mecãnico e a sentença foi lida, filtro de partículas sujo. E sabia eu lá o que era esse tal filtro, fui logo ao Sr. Google investigar e vi que a coisa era grave.
Consultei dois mecânicos que me deram um orçamento de cair para o lado, fui a um terceiro que me disse:
- Ah, isso é fácil , há uma empresa no Porto que faz a limpeza desses filtros e é baratinho.
Fiquei aliviada e durante mais de oito dias andei a pé e até soube bem.
Aproveitei para mandar arranjar a buzina, não é que sinta falta dela, porque não costumo apitar, se mo fazem a mim, sem razão, abro o vidro e faço um gesto feio com a mão.
Agora há que fazer viagens grandes e não andar só nas voltinhas, para não sujar o dito.
Quando um dia chegares, os meus olhos brilharão como duas estrelas que iluminam a escuridão da tua ausência.
Os meus braços serão pequenos para te acolher, mas o tamanho da minha emoção será suficiente para que percebas a plenitude dos meus sentimentos.
Voaremos para um mundo que só a nós pertence, construiremos lá o nosso castelo de sonhos. nada nem ninguém ousará invadir os momentos que queremos eternizar.
Teremos apenas a Lua como testemunha, assim quando estivermos separados e surgir aquela dorzinha da saudade olharemos para ela e lembraremos que as nossas almas e nossos corações estarão sempre ligados apesar da distância.
Lembra-te sempre, que se tu te atrasares demais, poderei esperar-te o resto da minha vida.
O espectáculo está prestes a começar.
Lá atrás dá os últimos retoques nos lábios, ajeita o vestido,compõe a gola , aperta os últimos botões, olha-se ao espelho, ajeita a madeixa que teimosamente descai sobre a testa. Ensaia o sorriso, o gesto das mãos, a maneira de olhar, respira fundo enquanto fecha os olhos e relembra tudo o que estudou e ensaiou.
Não há luz, não há som, não há cor , apenas ela.
Sabe cada gesto, cada passo...
Lentamente o pano sobe.
Sorri, porque a proibiram de chorar, canta, porque alguém não gosta de silêncio, dança porque não é permitido parar.
Ouve lamentos, desabafos, consola e volta a sorrir.
Ensina o que nunca conseguiu aprender, voa sem saber voar, escuta o que nunca lhe tinham dito.
Apetecia-lhe chorar, falar sobre as sua fragilidades, os seus medos, os seus sonhos...dos encantos, de alegrias pasageiras, do amor, da saudade...não pode... está no palco, a plateia quer gargalhadas, fugir por momentos da realidade, sentir que está num mundo que tal como ela gostavam de ter .
E todos os dias quando o pano cai, despe-se de tudo, apaga as luzes e tira a máscara.
Fui visitar a minha aldeia e a minha sobrinha e cunhada resolveram levar-me ao miradouro onde se podiam ver todas as aldeias da minha freguesia.
Quando regressámos vi que não tinha a mochila da máquina e objectivas, eram algumas centenas de euros que desapareceram.
Fiquei aflita e voltámos ao mesmo lugar, mas, mochila, nada.
A minha sobrinha resolveu abrir o facebook e qual não é o espanto, quando viu um anúncio que dizia:
- Foi encontrada uma mochila com material fotográfico, entrega-se a quem provar pertencer-lhe.
Telefonámos de imediato e enumerámos tudo o que havia na mochila.
A senhora deu-nos a morada e lá fomos.
Fiquei comovida e agradeci, afinal ainda há gente séria e eu sou uma mulher de sorte.
De repente tudo vai ficando tão simples que assusta. A gente vai perdendo as necessidades, vai reduzindo a bagagem. As opiniões dos outros são realmente dos outros, e mesmo que seja sobre NÓS, não tem importância. Vamos abrindo mão das certezas, pois já não temos certeza de nada. E isso não faz a menor falta. Paramos de julgar, pois já não existe certo ou errado, e sim a vida que cada um escolheu experimentar. Por fim, entendemos que tudo o que importa é ter paz e sossego, é viver sem medo, é fazer o que me alegra, o que me faz bem, o que me faz feliz. É só!
Não tenho saudades do que já tive porque vivi, não tenho saudades do que vivi, porque senti, tenho saudades sim, do que ainda não vivi e daquilo com que sonho.
Sonho estar onde não estou.
Sonho ficar com quem não quer estar.
Sonho ir por aí, procurando desenfreadamento momentos, desejos e uma vontade enorme de ter o que não tenho.