Viajar sem máquina...olhar apenas!
Foto de Sentaqui
Lembro-me como se fosse hoje da primeira viagem que fiz a Paris com uma colega de trabalho.
Ambas assustadas, apreensivas e inexperientes nestas coisas de voos e aeroportos, lá fizemos a marcação.
Falámos com algumas pessoas que já lá tinham ido e ouvíamos atentamente todos os conselhos que nos iam dando.
- Cuidado com o metro de Paris, é muito confuso
- Atenção aos preços da comida, é caríssima.
-Não se esqueçam de visitar isto, aquilo e aqueloutro.
Perante tantos avisos, recomendações e conselhos, programámos e definimos, nos 4 dias que reservámos para a visita, o que seria mais apelativo e importante.
Ao chegarmos ao aeroporto, mais parecíamos umas tontinhas a olhar para todos os placards.
De repente ouço uma voz atrás de mim:
-Maria!!! Tu aqui? Há quanto tempo!
Pensei para os meus botões...estamos safas, já que a minha amiga ia de quinze em quinze dias a Paris e não nos largou mais nesse dia.Teve ainda a gentileza de nos levar a jantar a um restaurante lindo perto do Sacrè Coeur, depois deixou-nos no hotel abandonadas à nossa sorte.
Planeámos à noite, já no quarto,o que iríamos ver nos 4 dias.
A primeira aventura foi no metro, pensava eu que ia ser difícil como me tinham dito, curiosamente safámo-nos bem e até parecia que já lá tinha andado muitas vezes. Suspirámos de alívio.
Decidimos que no primeiro dia seria destinado a visitar Notre Dame e o museu do Louvre, sabíamos que tínhamos pouco tempo para o muito que queríamos visitar.
No Louvre, dada a monumentalidade e extensão, combinámos correr as salas todas sem ficarmos paradas e extasiadas com tanta beleza, mas deu para ficarmos com uma ideia.
Para não gastarmos tanto dinheiro e como o hotel tinha um bom pequenos almoço, fazia sandes à socapa que davam para o dia inteiro, só uma vez nos arrependemos de pedir na rua um cachorro que nos custou uma fortuna.
Como estávamos viradas para a arte, visitámos exposições no Petit Palais no Grand Palais e ficámos surpreendidas com um museu super acolhedor, pequeno, mas com obras fantásticas, o museu D`Orsey.
Subimos ao arco do Triunfo e ficámos literalmente abismadas com a panorâmica da cidade.
Não andámos de barco no Sena, mas passeámos-nos pelas margens, só mais tarde quando voltei de novo a Paris me pude dar a esse luxo.
Fui sempre uma boa aluna a francês o que me facilitou bastante a vida, quando se tratava de pedir informações. O Bonjour e merci soáva-me bem e por momentos até me julguei uma pequena francesinha.
Vi de perto a Torre Eiffel, mas o custo da subida era proibitivo para nós, parece que pressentia que um dia havia de voltar o que veio a acontecer mais que uma vez, já com máquina fotográfica.
Hoje sentada aqui, reconheço que talvez por ser a primeira viagem que fiz ao estrangeiro, foi a que mais me marcou.
E com um sorriso de orelha a orelha pensei cá para os meus botões:- À bientôt mes amis.